Líder da oposição na Assembleia Legislativa (Alep), o deputado Professor Lemos (PT) participou na sexta-feira (5), em Cascavel, da audiência pública realizada pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio para debater o novo modelo de pedágio do Estado. O parlamentar destacou que o Paraná não pode aceitar a proposta do Ministério da Infraestrutura para o novo pedágio pois ela representa a continuidade do atual modelo, com as tarifas mais caras do Brasil, por mais 30 anos.
Durante a audiência, Lemos destacou que tem posicionamento histórico contrário aos pedágios e que o desejo da população é que se coloque fim a este roubo legalizado. Em relação ao novo modelo, ele defendeu que seja feito no modelo de menor tarifa, assim como acontece em outros Estados, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e não da forma como pretende o governo federal.
“O pedágio aumenta o custo Paraná, afugenta investimentos, contribui para o desemprego, reduz a receita dos municípios e do estado. O Paraná perde competitividade quando comparado com outros estados. Não podemos aceitar qualquer novo modelo que não reduza significativamente a tarifa de pedágio. Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm tarifas menores do que o Paraná. Em fevereiro do ano passado foi leiloado um trecho entre Florianópolis e a divisa com o Rio Grande do Sul pela menor tarifa. Começou com R$ 5,98 e a empresa que ganhou, foi por R$ 1,68, menos de R$ 2. Nós não aceitamos esta velha proposta dos anos 1990 que está sendo apresentada pelo governo federal. Isto não é pedágio, é roubo legalizado e somos contra.”
O deputado ressaltou a reivindicação da população da região Oeste, que defende a retirada do projeto da praça de pedágio prevista para ser instalada entre Toledo e Cascavel. Segundo Lemos, tão importante quanto a exclusão da nova praça de pedágio, é que o novo modelo de pedágio do Paraná seja feito no modelo de menor tarifa.
“Não basta apenas não ter praça entre Toledo em Cascavel. Não basta só tirar esta praça, nós queremos que não tenha esta praça de jeito nenhum, mas nós não queremos o modelo de outorga. A proposta do governo federal vai aumentar em 33% o número de quilômetros pedagiados e 55% o número de praças com pedágio. Vai cair de 95 quilômetros, em média, uma praça para outra, para 79 quilômetros. Vai ficar os mesmos R$ 0,11 por quilometro, não vai ter redução. E vai ser por 30 anos, é inaceitável!”.
Por fim, Lemos cobrou do governador Ratinho Jr. um posicionamento claro contra o novo modelo de pedágio idealizado pelo Ministério da Infraestrutura.
“O governador é a maior liderança. Queremos que o governador se posicione junto conosco, fale abertamente que é contra a outorga, porque ele tem força, foi eleito para governar o Paraná. Nós, como deputados, estamos fazendo pressão. Neste debate não tem oposição, não tem situação. Estamos juntos. Mas o governador precisa ficar a favor do Paraná, do nosso povo, tem que dizer com clareza que está junto conosco. Só dessa forma vamos conseguir matar esta proposta, porque esta proposta é o roubo legalizado e não concordamos”.