O deputado Professor Lemos (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa (Alep), ressaltou hoje (8) a indignação da sociedade paranaense contra o novo modelo de pedágio do Estado proposto pelo governo federal, que além de manter as tarifas abusivas vai aumentar o número de praças de pedágio nas rodovias.
“A indignação está tomando conta do Paraná contra a proposta de renovar os pedágios atuais e de implementar novos pedágios. Nós não queremos e não precisamos de mais pedágio. Demorou 24 anos, mas chegou o momento. Em novembro, nós podemos nos livrar do pedágio. Foi uma luta. Lutamos contra a implantação deste pedágio no Paraná, lutamos para que a Justiça pudesse corrigir este absurdo. Agora, o tempo de contrato está se esgotando, e o governo federal apresenta uma proposta de renovar estes pedágios por mais 30 anos e no mesmo modelo que foi implementado nos anos 1990, que é a outorga onerosa. A empresa que pagar mais vai comprar o trecho para explorar por 30 anos. É o modelo mais caro, diferente do modelo que alguns estados implementaram, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, explicou Lemos, lembrando que em fevereiro do ano passado foi leiloado um trecho entre Florianópolis e a divisa com o Rio Grande do Sul pela menor tarifa. O leilão começou com R$ 5,98 e a concessionária venceu o leilão por R$ 1,68.
O deputado destacou as audiências públicas realizadas na última semana em Cascavel e Foz do Iguaçu da Frente Parlamentar sobre o Pedágio para debater o novo modelo. Nas duas cidades, as lideranças políticas e empresariais se manifestaram frontalmente contra a proposta.
“Por que querem renovar os pedágios no mesmo modelo que estas empresas já exploram o nosso povo por 24 anos? A região Oeste inteira está se levantando contra a renovação neste modelo. Pode ser renovado pela menor tarifa, porque do contrário vai continuar caro, pesando no bolso dos paranaenses e na economia do Paraná. E para piorar, o governo pretende entregar estradas estaduais para que o governo federal possa colocar pedágio onde ainda não tem”.
Lemos ainda argumentou que a proposta do governo federal prevê o aumento de 2,5 mil para 4 mil quilómetros de trechos pedagiados, e também o aumento no número de praças de pedágio.
“A proposta é de multiplicar o número de pedágios no Estado. Estão propondo aumentar em 33% o número de quilômetros pedagiados, com 55% a mais de praças. Vai colocar as praças mais perto umas da outras. O governo vai dizer que vai cobrar menos, mas quando somar o quilômetro rodado, a população vai acabar pagando mais. Os mesmos R$ 0,10 por quilômetro que custam hoje vão custar depois. É um absurdo. Somos contra. Por isso esta indignação santa está tomando conta do Paraná”.