Uma força-tarefa, que será formada por deputados e lideranças de entidades representativas de policiais civis, militares, bombeiros e policiais penais, vai defender junto ao governo do Estado e na Assembleia Legislativa (Alep) as reivindicações dos servidores da segurança pública do Paraná. A proposta é resultado de uma audiência pública remota realizada nesta quinta-feira (25) com o tema “Os desafios e as demandas do Estado e dos servidores da Segurança Pública do Paraná”.
Com coordenação do deputado Professor Lemos (PT), a audiência pública contou com a participação de parlamentares e lideranças de entidades representativas de servidores da Polícia Civil, Polícia Militar, bombeiros e policiais penais.
“Precisamos nos unir, nos somar, para fazer com que as demandas dos servidores da segurança pública cheguem, sejam discutidas, e possam ser de fato acolhidas e aprovadas na Assembleia Legislativa, que a gente possa ter sucesso. Precisamos tratar da data-base; aumentar o efetivo; melhorar a lei que implementou o subsídio da polícia; defender a isenção da cobrança previdenciária a todos os aposentados e militares pensionistas portadores de moléstia grave”, afirmou Lemos, ressaltando a importância de unificar as ações entre parlamentares e entidades da segurança pública. A primeira reunião da força-tarefa será realizada de forma remota no dia 5 de abril a partir das 10 horas.
Além da reposição salarial e melhores condições de trabalho, entre as reivindicações dos profissionais das forças de segurança estão demandas relacionadas à pandemia, conforme relatou Daniel Prestes Fagundes, da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Paraná).
“Hoje estamos sofrendo mais ainda com a pandemia. Em um momento de pandemia, muitos setores da sociedade se recolheram em casa, mas os profissionais da segurança pública estão nas ruas. Nossas polícias não pararam. É natural que o trabalho policial envolva riscos, mas na época pandêmica este risco aumentou. E qual a contrapartida que o Estado deu? Nenhuma. Não temos equipamentos de proteção, não temos vacina. Temos na Polícia Civil quase 300 contaminados e já contabilizamos 6 mortes de policiais da ativa. Temos mais policiais morrendo pela pandemia do que da criminalidade. As delegacias não respeitam nenhuma regra de insalubridade e as escalas são exaustivas”.
Além da Adepol, participaram do encontro representantes do Sinclapol (Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná), Sinpoapar (Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná), Sidepol (Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná), AMAI (Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas, AVM (Associação da Vila Militar), Assofepar (Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Paraná), APML (Associação dos Policiais Militares do Litoral), SBSS (Sociedade Beneficente Subtenentes e Sargentos) e Sindarspen (Sindicato dos Policiais Penais do Paraná).
O deputado Requião Filho (MDB) cobrou respeito do Poder Executivo com os policiais do Paraná. Segundo o parlamentar, respeito significa “dar condições dignas e seguras de trabalho para profissionais que, antes de mais nada, colocam suas vidas em risco para colocar a sociedade em segurança”.
“A polícia merece equipamentos em dia, treinamentos em dia, a delegacia tem que ser digna. Os quartéis, batalhões, devem ter condições dignas para receber a tropa. Temos um governo que faz muita propaganda, mas é muita espuma para pouco chop. Tem que entender a realidade dos profissionais da segurança pública. Vamos cobrar firmemente as demandas dos policiais, queremos que as forças de segurança fiquem cada dia mais fortes, enquanto instituições de pessoas que colocam a própria vida em risco para defender a sociedade. Os servidores da segurança não demandam nada mais do que seus direitos. Merecem nosso respeito. É preciso reconhecer o valor dos policiais civis, militares, bombeiros, policiais penais, na forma de melhores salários, de data-base em dia, de melhores condições de trabalho e de respeito”.
A deputada Luciana Rafagnin (PT) disse que o governador Ratinho Jr. precisa reconhecer a importância dos servidores da segurança pública para a sociedade.
“Sabemos que a polícia do Paraná está sem nenhum reconhecimento, sem receber reajuste salarial, promoções e progressões. Muitos profissionais já tinham direitos adquiridos antes da pandemia e agora o governo usa pandemia para não honrar estes direitos. É preciso ter este reconhecimento, pensar na questão salarial, mas também pensar na estrutura, nas condições de trabalho dos servidores da segurança pública. Estamos juntos nestas demandas”, garantiu.
O deputado Arilson Chiorato (PT), por sua vez, garantiu o compromisso de trabalhar para defender as reivindicações dos profissionais. “Os policiais, os profissionais da segurança pública, estão na linha de frente das polícias públicas de segurança. É preciso valorização. Temos um compromisso de trabalhar fortemente, lugar, defender, cobrar os direitos dos servidores públicos. Vamos lutar pelo direito de todos, da educação, segurança, segurança, e sempre cobrar a valorização dos serviço publico”.
Também participaram da audiência os deputados Soldado Fruet (PROS), Delegado Recalcatti (PSD) e Delegado Jacovós (PL).